Semana da Comunicação: palestra de Ricardo França e Dirceu Vianna fecham o evento
A Semana da Comunicação da Universidade Estácio de Sá terminou na sexta-feira, dia 31 de outubro, com as palestras do jornalista investigativo e coordenador do Núcleo de Comunicação do Campus Madureira, Ricardo França, e do Chefe de Comunicação Social da Secretaria de Segurança Pública Dirceu Vianna.
Ricardo França foi professor das primeiras turmas do curso de Comunicação Social da Estácio Friburgo e orientou a série de reportagem sobre a prostituição na cidade, Sexo & Cia, publicada em 2004 no Jornal A Voz da Serra.
Ricardo apresentou algumas técnicas de investigação aplicadas em alguns capítulos da série “Sexo & Cia – O Mercado do Prazer em Nova Friburgo”. Esse projeto foi idealizado como atividade final da disciplina Técnica de Reportagem em Jornalismo II e só foi possível graças a experiência do docente em coberturas especiais e investigativas, como por exemplo, a cobertura da Chacina da Candelária e da Chacina de Vigário Geral.
Segundo Ricardo, o tema prostituição foi escolhido devido às dificuldades na operação de campo e pelos benefícios à sociedade, por discutir questões ligadas à saúde pública, falta de emprego, entre outras. “Há quatro anos, quando a série foi publicada, a prostituição era tabu na cidade e isto bloqueava inclusive os estudantes, o que foi mais um desafio”, afirmou Ricardo. Segundo o professor, como o trabalho era de jornalismo investigativo experimental, “o assunto não foi tão aprofundado para que os envolvidos na reportagem não corressem riscos”.
Ricardo afirmou ainda que os alunos só entenderam a importância social da série e o ineditismo para o jornalismo da cidade e região depois ganhamos o Prêmio Nacional de Direitos Humanos da OAB do Rio Grande do Sul – um dos mais importantes do jornalismo do país, na categoria acadêmica.
Dirceu Vianna: “O jornal é feito por iguais”
Dirceu Vianna comentou sobre a série na qual o jornalista Ricardo França esteve à frente, perguntando à platéia quem gostaria de seguir esta carreira de repórter. E chamou a atenção para o fato de que o mercado do jornalismo investigativo é fechado e pequeno. “São poucas pessoas e vagas, por isso é importante valorizar e aprimorar os talentos, pois os novos veículos de comunicação estão apostando cada vez menos nesta área.”
Segundo Dirceu, o mercado que mais emprega jornalistas hoje é o corporativo. O profissional deu dica para os alunos de comunicação que querem se colocar no mercado.
- A profissão de jornalista está mudando muito, uma série de novas características são necessárias ao jornalista que está começando agora e a adaptação dos mais experientes torna-se mais difícil devido à rapidez das mudanças e a transição do impresso para a internet. É preciso filmar, fotografar e escrever pensando no link da página e ter uma meta a cumprir por dia. As empresas impõem e os jornalistas têm que se adaptar, afirmou.
Segundo o palestrante, que foi editor do Bom Dia Brasil e da coluna de Miriam Leitão, no jornal O Globo, “o jornal hoje é uma fábrica de iguais”. Segundo ele, para o estudante ter sucesso na profissão é precisam ter um diferencial.
Dirceu entusiasmou os alunos ao dizer que a formação em Comunicação no Campus Friburgo é melhor e, conseqüentemente, oferece vantagem competitiva em relação aos estudantes da cidade do Rio de Janeiro. Mas ressaltou que em Friburgo há um mercado para esses profissionais.
Segundo Dirceu, as características básicas para uma carreira profissional bem sucedida são: sólida formação, domínio da língua inglesa, bom relacionamento com pessoas que estão no mercado, sorte e oportunidade para mostrar o talento.
Num ambiente tão competitivo como o atual, eventos desse gênero são muito importantes, pois conectam os estudantes com as oportunidades e os entraves do mercado de trabalho. A Estácio está de parabéns, já que não é somente na sala de aula que se formam os profissionais, mas também nas atividades extracurriculares, sobretudo nas que propiciam contatos com profissionais consagrados que só tem a nos enriquecer, disse o estudante do segundo período de Comunicação Social, Marcelo Esteves.
Por: Mariana Guimarães e Paola Coimbra
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